Passei a apreciar as noites em claro pelo silêncio terno,
pelas vozes cheias de estresse e cansaço.
É na cama que não ouço, é no berço matutino que não
há problemas maiores que um lençol amassado ou
um travesseiro gelado.
Em prédios cujas luzes ainda se apagam, os passos
são mais lentos, a gentileza floresce às duas horas
para com o vizinho do andar de baixo.
Não se usa salto e secador, usa-se o sussurro
que nem é tão usado, mas que neste período está
ficado em ser somente sussurro e não voz,
um grito não ouvido, soluço comprimido.
A madrugada nunca foi silenciosa.
Só há a vontade de mantê-la calada
na prisão de urros e delírios.
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