quarta-feira, 27 de outubro de 2010

You and me.

Hoje é um dia especial. Todos os dias deveriam ser, em cada cantinho do mundo, por menor que seja o país, alguém está nascendo ou morrendo. Num piscar de olhos pessoas e animais estão respirando pela primeira vez. É fascinante saber disso, não é? Faz com que imaginemos um mundo enorme com vários acontecimentos.
Nem sempre eles são favoráveis. Eu geralmente tenho facilidade em transformar pensamentos em palavras, mas agora não sei se sou capaz de transmitir batidas de um coração que jamais quis se despedir.


Eu tenho ouvido durante dois longos anos que tudo vai passar. Não, não vai. Passaria se as coisas mudassem de forma impossível. Se pelo menos existisse uma máquina do tempo, eu venderia minha alma para poder voltar ao passado todos os dias, apenas para contemplar o seu sorriso.
Porque o seu sorriso continua sendo o mais bonito de todos, os seus olhos tão parecidos com os meus tinham uma sede de diversão, e sua gargalhada ecoava pelas paredes fazendo-as rirem também.
É por isso que voltaria no tempo, só para vê-la feliz. Costumávamos andar pelo bairro, comprar qualquer bobeira, ficávamos felizes com um convite de casamento. No fim de semana seguinte comprávamos os vestidos mais bonitos mesmo que a festa fosse daqui um ano. Éramos assim. Você e eu.


Os dias de colégio passavam devagar, no pré eu chorava porque você não estava comigo, e você chorava ao lado de fora porque não podia sempre estar comigo. Dois anos chorando na entrada, dois abraços na saída.
E mesmo quando eu não era mais garotinha, você perguntava se eu havia sentido a tua falta. As vezes eu tinha vergonha de admitir, que criança idiota eu era. Claro que eu havia sentido falta dela, eu chorava no banheiro por ela. Pedia para ligar pra casa, ouvia a sua voz e minhas lágrimas secavam. Você sabia como me manter forte, e sempre dizia que daqui há algumas horas estaríamos juntas. Você e eu.


O relatório de meu dia era repassado com cada detalhe que eu guardei em minha memória, tudo para contar a você. Para fazê-la estar presente em meu dia, mesmo que ele tivesse acabado e que agora estaríamos conversando. De qualquer forma, você sempre esteve presente. E muito mais do que pode imaginar.
Eu duvido que alguém dormia na mesma cama até os quatorze anos com a mesma pessoa. Eu disfarçava e chegava perto de você, até que nossas mãos estivessem unidas. Você não dizia nada, e era suficiente para eu dormir tranquila. As noites eram melhores, sempre estávamos próximas. Você e eu.


A época do walkman nos unia cada vez mais, dividíamos fones. Você escutando músicas velhas e dizendo que as ouvia num parquinho quando tinha a minha idade. Eu te imaginava linda e juvenil com vários garotos brigando por um simples olhar teu.
Antes de eu nascer, você ouvia canções que inexplicavelmente eu gosto. E canto, sei de cor sem ninguém nunca ter cantado para mim. Eu aprendi a te ouvir desde muito cedo.
Quando eu nasci, você cuidou de mim como se eu fosse seu único brinquedo, sua boneca. Você e eu.


O tempo transforma as pessoas de forma boa e ruim. A cada ano que se passava você ficava cada vez mais linda, e eu queria te abraçar sem parar. Até que você foi deixando de me abraçar por não ter forças. Eu insistia em ficar com os braços em volta de ti, sabia que era correspondida de todas as maneiras que existiam.
Até que um dia não foi Você e eu. Foi só eu.


Este singular fez de mim uma boneca solitária, a minha dona havia partido. Eu não pude segui-la, sei que desejava isso, mas era tarde. Eu não podia mais falar porque não teria resposta.
E meus braços não poderiam mais abraçar porque assim que eu relaxasse, eles iriam cair.
Tudo caiu. Eu cai.


Hoje eu não posso cair porque quero mostrar que por mais íntimo que possa ser todos esses sentimentos, eu ainda acho que temos um compromisso. Eu aprendi a andar, a falar, a dançar e a amar. Principalmente a te amar de uma maneira que ninguém sabe e que nenhuma pessoa nesse mundo poderá imaginar.


Eu sei que existem pessoas que não conseguem conviver com as mães por mais de duas horas. Eu só queria mais dois minutos com a minha. Iria passar cento e vinte minutos dizendo que ela é a pessoa mais importante em minha vida. Eu não disse tudo o que sentia, não contei como minha alma queimou quando ela me deixou.


São vocês e elas, amanhã ninguém sabe. A cada ano, hora, minuto, segundo e em todos os instantes de suas vidas digam que as amam. Nunca é demais, um dia irão achar que não foi suficiente. Elas e vocês.


Hoje sou eu...


Para sempre será Você e eu.

domingo, 24 de outubro de 2010

You need a hug.

É fácil olhar para trás e dizer que melhoramos ou tivemos algum progresso. Tudo pode parecer cor-de-rosa ou até mesmo azul turquesa quando estamos felizes. Há pessoas que não se sentem felizes, isso é normal. Mas sentir-se na fossa sempre é um tanto quanto problemático. Eu vejo pessoas reclamando de suas vidas todos os dias, e o que é pior, o motivo é sempre insignificante. O namorado que não ligou, o amigo que mentiu, a mãe que não deixou você ir ao cinema ou o seu cabelo que não está perfeitamente liso. Não sou contra vaidade. Longe de mim ser! Nem posso, pois adoro me cuidar.

Mas tem vezes que eu enxergo o exagero berrando, e parece que sou a única que consegue ouvir. Até falam que eu presto atenção demais nas coisas, é verdade. Até agora isso não me trouxe problemas, acredito que não traga. Se alguém falasse para mim que está preocupado porque o pai não para de beber, porque a mãe quer namorar todos os seus amigos ou porque seu avô está com uma doença em estado terminal nem seria reclamação, mas sim desabafo.
Eu estaria disposta a ajudar essas pessoas da maneira que eu puder, de verdade. Pois nesses meses eu me senti um pouquinho sozinha, podem notar pelos meus post's. Exceto em um determinado dia, mas algumas semanas depois, as coisas voltaram a ser o que eram.

Eu não sou ninguém para abrir os olhos das pessoas que colocaram máscaras em seus rostos. Não posso dizer coisas que não sou eu quem deve dizer. Só estou querendo mostrar que se você está em recuperação, ou que tua maquiagem está borrada ou até mesmo que você se cortou com um caco de vidro, sorria. Agradeça por ter sentimentos e poder sentir tudo isso. Frustração, tristeza, raiva e decepção. Você é humano e pode sentir. Há pessoas que não sentem mais nada, e por isso acabam desistindo da vida.

Não é coisa de filme dramático, é sério. Porque não adianta querer pular em um lago congelado cheio de buracos de olhos fechados.