sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Put your arms around my life

Já não tenho aptidão para lidar com tantas cobranças e descontos em minha pele. Cada dia que passa tenho mais certeza que sinto náuseas de liberdade, mas esse vômito não chega nunca.
De que adianta chorar nos ombros daqueles que são despreocupados da minha realidade? Desabafos não são suficientes para fazerem ideia do que venho passando nos últimos anos.
E se faço menção do autor de meu desespero, me julgam mal, pois não carrego os anos da experiência para sempre ter razão, é verdade.
Mas se os jovens são tão tolos e desmerecidos da razão, eu pergunto: E quando a idade era jovem? Será que os argumentos ditos aos gritos fariam tanto sentido como são proferidos nesse instante? Mas é claro que fariam.
Já não há o senso da igualdade nessas questões há muito tempo. E os herdeiros do repúdio nadam na corrente que vai direto para as pedras. Sorte de quem não agonizou em sua morte e se foi sem encarar os olhos do sacrifício.
Até mesmo a idade está corrompida, sendo que jamais fora livre para dizer o que sentia, repeliu seu sentimento a não ser o pessimismo que atinge todos os caminhos, exceto sua própria rota.
E eu lhes pergunto se esses dias irão terminar de uma vez ou se o tempo dirá quando for o momento certo para começar a andar.
O tempo anda, corre, se apressa e para. Doente de tanto esperar por sua maratona que atrasou. E esse desespero é tolo e meticuloso, pois veste máscaras diversas, tanto que nem mesmo dois anos são suficientes para mostrar todo seu vestuário.
Há tantos hematomas em meu corpo que é preciso saber onde observá-los. Uns estão invisíveis até para meus mais sólidos confidentes e outros escancarados e gritantes, esperando serem invadidos pelos companheiros, para enfim se deitar e chorar. Pelo dia que se fora sem ser realmente vivido.
A ânsia que aos poucos clamava por oxigênio, agora vira soluço e se afoga nesses mares de incertezas. O horizonte está muito distante e jamais sentirá um afago que desperte a validade de seu viver, talvez daqui uns anos quando o silêncio encher o frasco da esperança macabra. Deixo que julguem o quanto quiserem, a realidade de cinismo pouco me importa.
Mas não pense que essas artérias são justas pelo fato de existir, não. Já que pouco se fala nisso, por que entender o desnecessário? Seria como atravessar um labirinto com paredes imaginárias, diferente da realidade aqui vivida.
As paredes só não são mais sólidas do que o desprezo que nasceu no resquício de um nome que pouco importa agora.