domingo, 1 de abril de 2012

Swinging the weekend

Quando ouço o sino da igreja anunciar às dezoito horas, eu sei que o domingo realmente terminou.
Terminou para as crianças que foram ao parque, brincaram em brinquedos que são nostálgicos para seus pais, pois eles também já brincaram ali, enquanto seus pais, agora avós vivos ou descansando eternamente, olhavam-nos, lembrando de outra juventude, outros tempos.
O sol começou a ir embora, e o ventinho apresentou-se de forma inesperada para aquele casal que lanchava na sombra de uma árvore muito velha.

As crianças agora vestem seus casacos, os pais preocupados com sua saúde, e elas desligadas do mundo. Querendo brincar mais cinco minutos, cinco minutos que não devem ser ultrapassados, pois é seis da tarde! E às seis, é hora de todos voltarem para casa.

O chuveiro é ligado, a água cai. Água morna que acalma, relaxa os nervos, cura a raiva. Ela desliza por seu corpo como uma serpente, pronta para dar o bote. E o dá, quando atinge seus olhos, antes despreocupados, contemplando a luz mínima que ainda resta na janela minúscula do banheiro.
E essa água é tão diferente da semana, diferente do sábado, é a água de domingo.
Depois dela, virá o jantar. Que não será novo! O mesmo do almoço, menos gostoso, todos hão de confessar.

Mas é jantar de domingo, e nada deve ser especial, não mais do que o almoço. Que vem cheio de chatices e coisas parecidas.
Se você sobreviveu a este almoço de domingo, uma repetição menos atrativa não será nada além de prato esquentado.

"A sensação que todos tem, é a depressão dos fins de semana. A calçada menos pisada, vai se despedindo da alegria, pois sabe que precisa voltar a realidade. Sente pés alegres, cansados, devastados. Consegue distinguir quem está feliz, quem está sorrindo de jeito forçado. As ruas, novamente tristes, sabem que amanhã o caos virá correndo, estressado, barulhento e asqueroso. Ela sabe, assim como a avenida, os carros irão passar sem sua permissão, pois essa é a semana dando o ar de sua graça..."