domingo, 17 de abril de 2011

Stuck in the throat

Qual é o seu momento favorito? Muitos dizem ser em um lindo bosque. Sentir o cheirinho da grama fresca durante as manhãs, após tomar um banho de orvalho cristalino. Outros dizem ser a cidade. Em pleno metrô, de preferência com aqueles cinco minutos em que olhos encontram outros, e neste meio tempo nasce o amor temporário de pessoas que jamais irão se ver novamente. A questão aqui é clara: Favoritismo.
Essa palavra é até um pouco pesada. Pois há pessoas que julgam o branco ser mais belo do que o preto só porque gostam mais de tal falta de monocromia. Branco é branco. Preto é preto. Não há meio termo aqui, embora eu ache que o charme está presente na segunda opção. Mais favoritismo.

As pessoas tem uma coisa engraçada dentro delas, e o núcleo disso tudo está cravado no favoritismo, pois se tudo o que amamos é mais belo e atraente, então o mundo tende a ser perfeito para nós, não é?
Eu não vejo as pessoas felizes com seus mundos perfeitos. Vejo-as presas dentro de seus globos de neve, e estes estão sendo chacoalhados o tempo todo, até que o vidro cede e tudo transforma-se em cacos.

Esses pedaços que chamamos de sentimentos, quebrados a cada vez que tentamos colá-los com a cola chamada esperança. Ela não é muito útil, pois está frustrando mais seus donos. Não cola. Quebra. Solta. Dilacera os cacos que ainda sobraram. Há pessoas que nem tentam colá-los. É melhor do que tentar e não dar certo.

Liberdade particular... O que ela significa para você? É cantar as mais belas canções no chuveiro sem receio de que alguém vá bancar o jurado de suas cordas vocais? É declarar seu amor em forma de roteiro em plena sacada, diante das luzes da cidade sem receio de que algum vizinho comece a pedir que vá dormir?
É andar com as próprias pernas, sabendo que seus passos são seus e de mais ninguém? Pois sem que meus passos acompanham o meu ritmo. Eu decido a minha velocidade, a minha capacidade de andar do modo que eu quiser.
Liberdade particular é não temer o que os olhos querem ver, e quando esses realizarem tal desejo, que não parem! Pois a chance de ver cada coisa que está diante de nós é muito pequena.

"Há olhos que enxergam mais. Há pessoas que respiram pouco, outras ar demais. Há coisas que o mundo nos oferece para desfrutar, e não para destruir. Tantos são os detalhes do tempo, da vida e de nossas experiências mais íntimas.  Cabe ao ser mais simples e natural aprender a arte de solidificar o ar. Assim, ver o que é impossível torna-se possível. Tão grande é a satisfação que quando nos damos conta, estamos a pelo menos um passo de achar o que sempre procuramos. O quê você procura agora? Feche os olhos... Pense no que faz seu coração acelerar. Mergulhe na mais leve brisa de ar que conseguir. A resposta está presa em sua pele agora mesmo."