sábado, 26 de novembro de 2011

The illusions of a crown

E se eu não tivesse algo em meu corpo que obedecesse as minhas vontades? E se minhas mãos de fechassem, quando quero que elas abram? E se meus passos fossem rápidos e pesados, quando estou cansado e quero caminhar? E se nada do que eu falasse fizesse sentido para as pessoas? Eu me sentiria estúpido demais com a inutilidade de meu ser, ou pensaria que sou o único gênio do mundo cujo meu próprio corpo não pode compreender de tão importante que sou?

E se, de repente, as pessoas fossem mais espertas, mais serenas e mais felizes? Será que o meu mundo mudaria? Eu me tornaria um amargurado por amaldiçoar a felicidade alheia? Talvez... ou eu poderia ser aquele que tenta ser feliz, o acolhido pelos bondosos, o amigo que as mulheres sempre quiseram ter.

Nada.

Não sou interessante, não posso ser. Vejo que este mundo escolhe quem deverá ter o cargo de chefe, é toda uma hierarquia planejada. E eu que era passadista, hoje tento enxergar certos acertos desta modernidade!

Gênio sei que não sou. Cérebro sei que tenho, habilidade em demasiada, mas não sei se essas coisas são suficientes para não deixar que me comandem.
As pessoas gostam do imperativo, elas adoram ter o poder de falar. De mandar, de ordenar e de exigir. Mas esquecem que aquele que foi cobrado, um dia cobrará suas tarefas realizadas.

Elas fogem...

"Querido que sabes quem és. Fui infectada. Não sei quanto tempo ainda tenho, mas sei que não será o suficiente para passarmos outra noite juntos. Não posso arriscar sua saúde, assim como a sua segurança. Sabes que não podemos ter vínculos, embora, nossa realidade diga o contrário. Fui feliz, admito. A felicidade é uma ilusão da qual eu vivi intensamente, e não importa se foi ilusão ou não, sou o que devo criar. Uma ilusionadora. Não ilusionista. Ilusionistas criam a ilusão. Eu a vivo. E gosto do que faço. Mas meu querido, a vida não pode ser somente uma ilusão. Chegou a hora de partir. De deixar o aroma das flores, a crina dos cavalos e as corridas apostadas por você, muito maldoso, sempre deixando-me sem fôlego. Eu precisei partir. Ela me consumiu. A doença que os humanos temem, os homens nascem com ela, alguns se salvam. Como no seu caso. As mulheres escolhem, mas a escolha não foi minha. Se carrego esta tiara simbolizando a minha moralidade e ética, ela não me serve. Ser realeza é uma coisa, e ser real é outra..."