segunda-feira, 24 de junho de 2013

Royalty

Nessa chuva tão latente eu vejo as moças correrem.
Elas estão preocupadas em voltar do horário de almoço
para o trabalho com o cabelo bagunçado, da maneira natural
que ele é sem adereços térmicos.
Eu também vi um moço alto passar protegendo a sua pasta
com documentos mais importantes que sua saúde,
afinal de contas sua camisa branca já estava colada em seu corpo
que pegaria um resfriado naquele instante.
Eu vi senhoras correndo e quase caindo, pobrezinhas.
Elas queriam chegar mais cedo em casa para fazer aquela sopa
quente que o marido e os netos gostam.
A chuva estava muito fria e um tanto forte.
Quem tinha guarda chuva era considerado burguês.
Então viramos burgueses assim de repente, eu e meu amigo mais alto.
Até porque ele sempre terá um lugar em meu grande guarda chuva desenhado
de xadrez e vermelho.
Nos achavam burgueses e realmente éramos.
Mas havia um detalhe importante na questão:
Somos burgueses por amor, a chuva é a revolução,
lutamos contra ela, mas no fim... sempre dividiremos
nossos guarda chuvas.



Para o meu melhor amigo Lucas Miquelon.

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