sexta-feira, 9 de abril de 2010

Doesn't matter who you are.

De pecados ele passou a viver, tornando sua vida cada vez mais mórbida. Não haviam tantas razões assim para seguir em um futuro próximo, nem futuro sabemos se ele teria. Desde que a perdeu, entrou em seu ápice de loucura. Não era certo pensar que ela era do mundo, mas também não lhe parecida certo dizer que ela era sua. O quê ela era, então? Tudo o que faria era para tentar salvá-la, mas mesmo assim ele não conseguiu. Os dias foram passando, tudo foi mudando. As pessoas caminhando, crescendo, conhecendo uns aos outros, e ele ali. Continuava sozinho, fazendo as mesmas coisas, visitando os mesmos lugares, como se ela ainda estivesse com ele, como se fizesse parte de sua rotina. Ele era imparcial com os assuntos, preferia esconder sua opinião sobre tudo o que perguntavam, talvez se fosse mais invisível, eles não notariam a sua dor, e os seus momentos de loucura depressiva. Oh sim, ele tinha a loucura que o alimentava. Essa era a sua nova amiga, fazia parte de seu estilo, entre muitos. Ele gostava mais dessa, da loucura que o saciava, aquela que o vigiava vinte e quatro horas por dia. Tão atenciosa, tão sóbria em relação a seus passos. Eu me lembro que quando o vi, pela segunda vez depois de alguns anos, enxerguei a sua dor. Eu vi o seu rosto, vi seus olhos vermelhos tão machucados com suas lágrimas salgadas. Não me pergunte como estava o seu coração, não chegava a estar partido. Mas estava muito machucado e eu queria curá-lo. Em uma caminhada rápida e distinta, eu o segurei pelas mãos. O fiz entrar em minha casa, e de lá ele não saiu nunca mais.

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